Pages

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Contaminação e Exposição

Os trabalhadores que utilizam material radioativo na forma líquida, na forma de pó ou de gás, além de sofrerem exposição às radiações emitidas pelo isótopo ao se desintegrar ainda correm o risco de se contaminarem com o material radioativo.

A contaminação é o termo utilizado quando o material radioativo pode se impregnar em utensílios diversos, em pisos, tetos ou em pessoas. Nestes casos o objeto ou a pessoa contaminada se transforma em uma fonte de radiação.

O material radioativo pode ficar impregnado na pele da pessoa, contaminação externa, ou ser incorporado pelo indivíduo, contaminação interna.

A contaminação interna pode ocorrer por inalação, ingestão, ou por algum corte na pele que permita a entrada do material radioativo no corpo do indivíduo. No caso de contaminação interna todos os fluidos liberados pelo indivíduo contaminados também estarão contaminados. Este é o caso dos pacientes submetidos ao procedimento de iodoterapia, por exemplo, ou de pacientes submetidos a exames de diagnóstico em Medicina Nuclear, quando o paciente se transforma em uma “fonte” de radiação após ser injetado com o radioisótopo específico para a realização do seu exame.

Das áreas de radiodiagnóstico, a que apresenta o maior risco de contaminação dos trabalhadores é a Medicina Nuclear, que utiliza isótopos radioativos, injetados no paciente, para a obtenção de imagens.

gerador de Tecnécio 99 metaestável

Fotografias do gerador de Tecnécio 99 metaestável

radiofarmaco

Radiofármaco

Na área industrial, normalmente os trabalhadores de Instalações do Ciclo do Combustível Nuclear correm o risco de contaminação por manusearem o minério de urânio para confeccionar combustível nuclear para as usinas de Angra. Os minérios que contêm o urânio são extraídos em Caetité, sudoeste da Bahia. Depois de passar por um processo de purificação, o urânio é separado do minério e concentrado sob a forma de um sal amarelo, conhecido como yellowcake. Depois desta primeira fase, duas etapas são realizadas fora do Brasil. A primeira é no Canadá, o yellowcake é dissolvido e mais uma vez purificado, obtendo-se o urânio nuclear puro, que será convertido para o estado gasoso (hexafluoreto de urânio). A segunda fase é feita em países da Europa, quando o urânio em gás é enriquecido e enviado em contêineres à Fábrica de Combustível Nuclear .

minério de urânio

Fotografia do minério de urânio

mina de Caetité

Mina de Caetité, no interior da Bahia, de onde se extrai aproximadamente 45 toneladas de urânio por mês.

Já em solo nacional, o urânio enriquecido é reconvertido para a forma sólida e depois transformado em pequenas pastilhas. Com pouco menos de um centímetro de comprimento e de diâmetro, as pastilhas são colocadas em um conjunto de 235 tubos metálicos (varetas), formando o elemento combustível.

pastilhas

Fotografia das pastilhas de urânio

varetas

Varetas que formam o elemento do combustível nuclear.

As normas de radioproteção, para exposição à radiação, ser resumem a orientar o trabalhador sobre três fatores: tempo, distância e blindagem. Essas orientações são adequadas àqueles que trabalham com campos de radiação X e gama: mamografia, raios-X convencionais, tomografia , densitometria óssea, radioterapia com fonte de cobalto ou na área de controle de qualidade (radiografia industrial) em instalações industriais.

No caso de probabilidade de contaminação dos trabalhadores, as instruções são para evitar o contato com o material radioativo, utilizando os equipamentos de proteção adequados a cada isótopo. Pode-se utilizar luvas, protetores para os sapatos, aventais de pano, aventais de chumbo, máscaras, toucas para proteger os cabelos,…Quando o isótopo radioativo é volátil normalmente a instalação possui uma capela com filtros e exaustão adequada.

capela

Fotografia de uma capela

proteçãoindividual

Equipamentos de proteção pessoal.

Quando há risco de contaminação existe também o risco de exposição. Assim, os trabalhadores devem ser orientados em relação as normas de radioproteção para ambas as situações.

protetoresblindados

Fotografia de protetores blindados de seringa contendo material radioativo

A proteção contra exposição, em Medicina Nuclear pode ser feita com a proteção da seringa em uma blindagem adequada, pela utilização de tijolos de chumbo ao redor dos radioisótopos, pela utilização de vidros plumbíferos na bancada onde se faz a eluição dos geradores de Tecnécio-99 m. A lixeira, onde são descartados materiais contaminados, também deve ser blindada de modo a minimizar o nível de radiação no interior do laboratório. Deve-se, principalmente, orientar os trabalhadores a não permanecer um tempo desnecessário no interior do laboratório onde ficam os materiais radioativos.

biombo

lixeirablindada

tijolodechumbo

Fotografias de equipamentos utilizados para reduzir a exposição a radiação em um laboratório de Medicina Nuclear: biombos plumbíferos, lixeiras blindadas, e blindagens com tijolos de chumbo e anteparo plumbífero para se guardar os geradores de Tecnécio 99 m.

0 comentários:

Postar um comentário